terça-feira, 4 de agosto de 2015

Voluntário dá aulas de futebol e ajuda crianças carentes a virar cidadãos de bem dentro e fora de campo

Os jovens levam a sério os treinos e as notas do boletim escolar para se manterem no projeto, que em pouco tempo, melhorou o comportamento na sala de aula e no convívio familiar
Flávio Flor da Silva da está há oito meses treinando as crianças de forma voluntária 2- (Foto: Alex Barreto/JR)

O trabalhador da indústria cerâmica, Flávio Flor da Silva, está a oito meses treinando voluntariamente aproximadamente 100 crianças com idade entre 9 a 12 anos nas equipes fraldinha e dentinho. 

Esses jovens, na sua maioria de famílias sem condições financeiras, levam a sério os treinos e as notas do boletim escolar para se manterem no projeto, que em pouco tempo, melhorou o comportamento de muitos desses jogadores juvenis na sala de aula e no convívio familiar. 

A ideia de organizar esses jovens em campo surgiu de uma decisão pessoal do voluntário que observou o filho de 10 anos na época brincando de bola na rua por não ter um espaço adequado para treinar. 

 “Eu comecei a ver que isso estava errado. Na rua ele não ia aprender nada. As notas do meu filho na escola estavam ruins e a disciplina em casa piorou”, comentou Flávio.

Percebendo a importância da prática esportiva, reuniu 11 garotos na vizinhança com a mesma idade do filho e passou a dar treinos no minicampo do bairro Potiguara. 

A propaganda ‘boca a boca’ entre os pais ampliou a quantidade de jovens que treinam três vezes na semana no campo do Estádio Municipal ‘Frederico Platzeck’. 

Nenhuma taxa é cobrada dessas crianças, porque independente do valor, muitos desses jovens se veriam obrigados a desistir do projeto pelas condições financeiras. “Eles já precisam gastar na compra do material básico para jogar, seja, chuteira e caneleira”, relatou. “Tem casos de crianças que não possuem condições nenhuma. Então eu arranjo patrocínio com amigos da cidade para ajudá-los”, disse o treinador.

DISCIPLINA – No projeto de iniciativa de um voluntário, o maior pagamento é o rendimento escolar. No começo do projeto o treinador pediu boletins escolares, e segundo ele, foram poucos os atletas que tiveram nota vermelha. 

Agora nesse segundo semestre os jovens deverão trazer novamente o boletim escolar para nova conferência das notas. “Não quero formar jogador. Quero formar cidadão”, afirmou. 

Os pais estão tentando formar uma organização não governamental para captar recursos, que ajudem a financiar o projeto. 

FALTA MATERIAL - As crianças não têm uniforme para treinar e improvisam os times dos ‘com camisa’ e ‘sem camisa’. Uniformes de treino são 20 coletes para atender 100 crianças. O que inviabiliza o uso. “Um usa colete e outro não, fica difícil”, observou. 
Jovens levam a sério os treinos em campo para se manterem no projeto (Foto: Alex Barreto/JR)

Os treinos no estádio acontecem toda semana segunda, quarta e sexta-feira às 17h30. A equipe não tem uniforme para jogar em campeonato, empresta uniforme do Centro de Referência da Assistência Social (Cras). Bola só tem cinco, se furar, não tem dinheiro para comprar outra. 

SERVIÇO – Aqueles que desejam conhecer mais sobre o projeto social pode entrar em contato pelo telefone (18) 98129-8574.

Conteúdo Extraído do Portal Regional/ Escrito e Fotografado  por Alex Barreto

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