Polícia localiza a mãe da recém-nascida deixada em caixa de sapato em Dracena e desvenda o caso
O caso que chocou a região termina com um desfecho surpreendente. A recém-nascida prematura de sete meses que, a princípio, teria sido encontrada em uma caixa de sapatos numa rua de Dracena, na realidade, não foi abandonada. A polícia encontrou a mãe do bebê e descobriu que o homem que acionou os bombeiros na tarde do último sábado (14) dizendo tê-la encontrado na calçada é, na verdade, o pai da criança.
O casal de namorados tentou o aborto com uso de medicamento proibido e, não obtendo sucesso, criou a cena de “abandono”. A jovem de 24 anos se apresentou voluntariamente na Delegacia de Defesa Mulher (DDM) de Dracena nesta quarta-feira (18).
Segundo a delegada Maria Angela Tofano, o abortivo foi adquiro pela internet. “Ela disse ter utilizado via oral e vaginal”, fala.
A mulher confessou à polícia que deu à luz sozinha em sua casa, em Adamantina. “Sábado de manhã ela acabou expulsando a criança no vaso sanitário de sua residência e percebeu que ainda estava com vida”, relata a delegada.
Ainda segundo Maria Angela, a própria jovem cortou o cordão umbilical com uma
tesoura e teve a ideia de colocar o bebê em uma caixa de sapato.
“Ela envolveu a criança em uma toalha, colocou na caixa e dirigiu seu veículo até a casa do seu namorado dizendo: olha, está com vida. E agora, o que faremos?”, descreve a delegada.
No dia em que disse ter achado o bebê na rua, o pai conversou com o iFronteira por telefone, descreveu como teria ocorrido o encontro e chegou a dizer que pretendia acompanhar o caso de perto. “Eu sou solteiro, não tenho condições de adotar, mas vou acompanhar, quero ver se ela vai ficar bem, se vai ser adotada”, afirmou.
A família materna já manifestou interesse na guarda da menina. O enfermeiro que atendeu a criança na Santa Casa de Dracena, também tem o desejo de adotar o bebê, pois tenta ter um filho com sua esposa há cinco anos.
Entretanto, conforme a delegada, o futuro da menina ainda é incerto. “Estamos diante de uma criança sem registro civil. Até o momento ela não tem registro de nascimento e cabe à Justiça decidir para onde ela irá, seja para a família ou para adoção”, explica.
Antes o caso era investigado como abandono de incapaz, o que foi descartado com o aparecimento dos pais. "O que não houve foi o cuidado médico. A mãe entregou ao pai, que posteriormente levou ao Corpo de Bombeiros. Dessa forma, não aconteceu o abandono", destaca Maria Angela.
Agora, o casal deve responder por tentativa de aborto, cuja lei prevê detenção de até três anos. O pai o bebê, de 27 anos, também pode responder por falsa comunicação de crime, com pena de até seis meses de prisão. Ele deve se apresentar a polícia nessa quinta-feira (19).
A menina continua interna na UTI neonatal do Hospital Regional de Prudente e seu estado é considerado estável.
Fonte: Ifronteira
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