Foto: Panorama Noticia |
Uma ajudante geral de 33 anos procurou a Delegacia de Polícia na terça-feira, 27, da semana passada, para registrar boletim de ocorrência contra um médico acusado de forçar a paciente a engolir um aparelho celular durante a consulta no Pronto Atendimento de Paulicéia.
Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Civil, a vítima acompanhava a filha de 14 anos de idade, grávida de quatro meses, num exame de ultrassonografia e presenciou antes da realização da consulta o médico dizendo espontaneamente que, certa vez havia surpreendido a própria filha namorando debaixo de uma árvore, e que a repreendeu proferindo ‘palavrões’ advertindo caso aparecesse grávida [em casa] iria ver o que aconteceria.
No mesmo parágrafo do boletim, a paciente cita que, após o médio recordar do episódio familiar, caminhou em direção a ela dizendo: “Vou enfiar o celular na sua boca”. Mandando, inclusive, a mulher abrir a boca, tendo ele forçado o celular contra o queixo da denunciante, que também teve seu cabelo segurado de maneira a forçar a cabeça contra a parede do consultório onde estava a filha e uma enfermeira da unidade.
Por telefone, a ajudante de cozinha reafirmou todo conteúdo do registro na Polícia Civil local, e diz acreditar na hipótese de o médico ter feito toda essa encenação mostrando a ela na posição de mãe da adolescente, que nada havia feito para evitar a gravidez precoce da filha.
De acordo com o delegado Bruno Verginassi, está sendo instaurado termo circunstanciado para apurar crime contra honra praticado, em tese, pelo médico.
A Polícia Civil revelou ainda a existência de outros quatro boletins de ocorrência registrados por pacientes contra o médico, acusado pelos crimes de injúria e desacato. Em outubro de 2010, ele chegou a ser preso pela polícia local por constar como procurado pela Justiça de Oiapoque (AP). A polícia não soube explicar o motivo da ordem de prisão.
Sobre o acontecimento, a coordenadora de Saúde do município, Rita de Cássia Martinati, mostrou-se indignada e deve averiguar a fundo a reclamação ocorrida na unidade de saúde. “Prezamos na Saúde local o bom atendimento”, ressaltou.
Pelo telefone, o prefeito de Paulicéia, Waldemar Siqueira Ferreira (Mazinho), disse ter promovido reuniões junto à equipe de saúde sobre o ocorrido. Tendo até mesmo orientado a família da vítima a apresentar queixa na polícia na ocasião em que foi procurado na semana passada.
Pessoas próximas ao chefe do Poder Executivo municipal dão como certa a demissão do clínico geral contratado de segunda a sexta-feira no Pronto Atendimento. Nome de outro profissional estaria sendo sondado pelos seus dirigentes na área da saúde.
OUTRO LADO – Na manhã de ontem, 4, a reportagem do Jornal Regional entrevistou o médico no consultório do Pronto Atendimento de Paulicéia, que negou ter ofendido a paciente tentado ensinar a maneira correta de educar um filho e muito menos de ter tentado colocar um aparelho celular na boca da mulher.
Matéria Portal Regional/ Texto Alex Barreto
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