Um detento foi torturado por companheiros de cela na Penitenciária de Pacaembu. O caso foi registrado na Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (13). De acordo com as informações do delegado Aércio Fajardo Nunes, o motivo das agressões foi a rivalidade entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
Conforme Nunes relatou, a tortura aconteceu no dia 28 de dezembro do ano passado, entretanto, apenas na tarde desta quinta-feira (12) a corporação foi acionada. “Não nos avisaram antes sobre o ocorrido. O preso teria tido as mãos e os pés amarrados, além de ter sido amordaçado. A partir daí, foi agredido com chutes e socos. Ele contou, em depoimento, que o os agressores também tentaram enforcá-lo”, disse.
Agentes penitenciários impediram que a tortura continuasse. “Um dos agentes percebeu as agressões e acionou os demais profissionais. O grupo mandou que os presos soltassem a vítima e, na sequência, o retirou da cela”, pontuou o delegado.
O representante da Polícia Civil afirmou que a motivação do crime foi a rivalidade entre as facções do crime organizado. “O rapaz que apanhou contou em depoimento que ele não faz parte do PCC, porém, é ‘companheiro’, o que significa que não possui elo, mas que tem boa convivência com a facção. Isso teria gerado a briga com os outros detentos, que fazem parte do Comando Vermelho”, explicou.
O preso agredido passará por exame de corpo de delito. “Já foi requisitado exame no IML [Instituto Médico Legal]. Ele não corre risco de morte nem teve lesões que, aparentemente, possam lhe causar algum tipo de deficiência. Entretanto, quem irá constatar isso será o médico legista”, contou Nunes.
Os cinco detentos que cometeram a tortura receberão punições administrativas. “Neste caso, eles são levados para o isolamento e são punidos com algumas restrições, conforme determina o sistema carcerário”, finalizou.
Localizada no km 615 da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), a Penitenciária de Pacaembu possui capacidade para 873 presos e conta atualmente com uma população carcerária de 2.015 detentos, segundo os dados da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP). SAP
A reportagem solicitou um posicionamento sobre o caso à Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, mas, até o momento desta publicação, não obteve resposta.
G1 DE PRES PRUDENTE
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