domingo, 25 de novembro de 2018

Confusão com horário de fechamento de portões gera polêmica em concurso realizado pela Prefeitura de Irapuru

Inscritos que ficaram de fora disseram  que acesso à escola onde prova seria aplicada foi encerrado antes do previsto. Prefeitura nega.

A realização de um concurso público realizado para preenchimento de diversos cargos na Prefeitura de Irapuru foi marcada por uma confusão na manhã deste domingo (25). 

Cerca de 60 pessoas, segundo os denunciantes, ficaram de fora e não fizeram a prova. Elas alegam que os portões foram fechados antes do previsto. No edital, o fechamento dos portões estava marcado para as 7h40, mas pessoas ouvidas disseram que o fechamento ocorreu antes deste horário. 

A Prefeitura de Irapuru nega. 

Daniel Caetano da Silva, 46, morador de Junqueirópolis, afirmou que chegou na porta da escola onde a prova foi realizada às 7h32, mas os portões já estavam fechados. Ele prestaria concurso para motorista. 

Silva falou que cerca de 60 pessoas não entraram na escola. Afirmou, ainda, que em outro local do concurso, os portões foram fechados no “horário correto”, às 7h40. 

“Fomos questionar [sobre o fechamento antes do previsto], mas fomos ‘desacatados’ por funcionários da empresa e da prefeitura. Muito chato isso”, afirmou. Ele acrescentou que representantes da empresa disseram que os portões foram fechados no horário previsto no edital, às 7h40, mas que a afirmação é “mentirosa”.

“Não acho que 60 pessoas chegariam atrasadas para fazer um concurso”, emendou. 

Driele Telles Lopes, 26, de Pacaembu, afirmou ter ido até Irapuru fazer o concurso, junto com o pai, a mãe e uma amiga. Todos ficaram de fora. 

“Ninguém entrou, mas um amigo meu e a irmã dele conseguiram entrar na outra escola [outro local do concurso]. Lá, fechou mais tarde”, disse. 

Ela disse que o fechamento antecipado dos portões "foi um absurdo e um descaso" com quem fez a inscrição e ficou de fora. 

Os denunciantes disseram ter feito um boletim de ocorrência, mas as autoridades policiais teriam dito que o acesso ao documento só poderia ser feito nesta segunda (26).

A reportagem  ligou na delegacia da cidade, mas não conseguiu contato.
Lista 

Uma lista com cerca de 60 nomes foi feita com os contatos das pessoas que teriam ficado de fora do concurso. Em um grupo formado no WhatsApp ao qual  teve acesso, elas se organizam para tomar providências em relação ao processo de seleção. 

Eles avaliam a possibilidade de impugnar, na Justiça, o concurso. Uma advogada foi procurada para levar o caso adiante. 

‘Tudo legal’ 

O secretário de Gestão e Planejamento de Irapuru, Everton Lima da Silva, disse que até o momento não há nenhum indício de irregularidade no processo de seleção. E afirma que os portões foram fechados pontualmente às 7h40. 

“O que deve ter ocorrido é que as pessoas não se atentaram para o horário exato do fechamento dos portões e chegaram depois [das 7h40]”, disse. 

O secretário falou ainda que havia dois locais para realização das provas, o que pode ter confundindo alguns dos inscritos. 

“As pessoas podem ter ido numa escola, não encontrado o local exato para realizar a prova, e quando chegaram ao lugar certo, acabaram não entrando porque já estavam atrasados”, afirmou. 

Ele ressaltou que os portões foram fechados exatamente às 7h40. “O concurso tem regras a serem cumpridas”, falou. 

O secretário complementou ainda que uma comissão vai avaliar quaisquer reclamações e se certificar, se for acionada, caso tenha havido alguma ilegalidade. 

“A Prefeitura de Irapuru preza pelo princípio da legalidade. Quem sentir que houve alguma ofensa às regras, poderá apresentar recursos, estabelecidos no edital”, afirmou. 

Silva disse que a empresa Caetanno Projetos e Assessoria EIRELI, organizadora do concurso, foi escolhida para realizar a prova por meio de licitação. 

O Portal  não conseguiu contato com representantes da empresa. Silva finalizou dizendo que, até o momento, não há nenhum motivo que coloque em suspeita a legalidade do concurso.

DO G1

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