sexta-feira, 7 de junho de 2013

Estado avalia escoar produção cerâmica da região de PP por hidrovia

Proposta consiste em utilizar o Rio Paraná, ao invés do transporte rodoviário, para reduzir os custos operacionais
Porto Intermodal de Panorama, no Rio Paraná, pode servir como alternativa mais barata para o escoamento da produção cerâmica da região (Foto: Cedida/AI)

O diretor do Departamento Hidroviário da Secretaria de Logística e Transportes do Estado de São Paulo, Casemiro Tércio Carvalho, se reuniu nesta quinta-feira (6), em Panorama, com representantes da Cooperativa de Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista (Incoesp), da Prefeitura e da Câmara Municipal para tratar da viabilidade de se adequar o porto da cidade para o escoamento da produção regional do setor oleiro-cerâmico pela hidrovia do Rio Paraná, ao invés do habitual transporte rodoviário. Além da produção de Panorama, a proposta envolve cidades vizinhas, como Paulicéia, Ouro Verde e Presidente Epitácio. Para Carvalho, a proposta está focada no desenvolvimento e na retomada da operação do Porto Intermodal de Panorama pela importante produção oleira da região. O representante do governo do Estado avalia que o transporte rodoviário tem ficado cada vez mais caro, em função da legislação que disciplina a atividade. Como exemplo, ele citou o motorista de caminhão responsável por levar a carga para o destino final, que precisa parar durante seis horas para descansar. Ele ressaltou ainda que a questão da fiscalização vem ficando “apertada” nas estradas em relação ao excesso de carga dos caminhões, o que dá espaço para o modelo hidroviário se destacar. Como vantagem, Carvalho citou a utilização do transporte hidroviário nas longas distâncias, como nas cargas que saem de Panorama com destino a Bauru e Jaú, trazendo economia e eliminando os caminhões das estradas. “A gente sabe que os moradores da região de Dracena e Panorama sofrem com o tráfego de caminhões nas rodovias e estradas vicinais. O objetivo do transporte hidroviário é tirar o caminhão da estrada. Essa é a primeira tarefa nossa. Em segundo lugar, a hidrovia deve ser um transporte mais seguro e econômico, que respeita mais o meio ambiente do que o caminhão, pelo fato de emitir menos gases poluentes e causadores do efeito estufa por tonelada transportada”, disse. O Departamento Hidroviário fará uma verificação da profundidade no berço de atracação do Porto Intermodal de Panorama para saber se os comboios poderão utilizar o local com segurança e ainda apurará a potencialidade do transporte pelo terminal. “Faremos alguns embarques como testes. Conversaremos com a empresa que detém a concessão do Porto Intermodal do município para ver a possibilidade de fazermos um embarque-teste para medir em caráter experimental o tempo de carga e descarga, a produtividade e os custos, antes de iniciar uma operação de larga escala”, disse o diretor. Uma representante do Centro de Estudos de Gestão Naval acompanhou a comitiva coletando dados que vão subsidiar estudos sobre a capacidade e a demanda da hidrovia. O diretor da Incoesp, Milton Salzedas, informou que a cooperativa se empenha para a produção do setor oleiro-cerâmico chegar às grandes capitais, reduzindo os custos de transporte, já que o meio rodoviário é encarecido pelos caminhões. Segundo a Incoesp, a produção industrial do setor oleiro-cerâmico em Panorama gira em torno de 50 milhões de peças (tijolos, laje e telha). O material é distribuído atualmente num raio de até 450 km, para as regiões de São José do Rio Preto, Bauru, e Botucatu, no interior de São Paulo. Com a hidrovia, o setor alcançaria, entre outras regiões, o Estado de Goiás, gastando menos.

Fonte: ifronteira/Foto cedida por AL

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