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Nathália teve que enfaixar pernas por conta das queimaduras (Foto: Reprodução/TV Fronteira) |
Conforme a jovem, as fotos chegaram por meio das redes sociais, após a “força-tarefa” montada para reunir possíveis informações sobre o caso. Só por meio de uma página da internet, foram 250 pedidos para adicionar o perfil da jovem. Entretanto, houve também quem criticasse a menor.
“Alguns disseram que eu vou 'manchar o nome' da faculdade com essa minha atitude, mas na verdade não é essa minha intenção. Só quero encontrar quem fez isso comigo e com outros calouros. Por isso, vou entregar essas fotos para a polícia o quanto antes”, afirma a estudante.
Natália, caloura de Pedagogia e natural de Flórida Paulista, precisou ser atendida na Santa Casa de Misericórdia do município após o trote, realizado por volta das 19h30 do dia 2 de janeiro. Ela teve queimaduras de terceiro grau no umbigo e nas pernas após a substância, possivelmente creolina com algum ácido, entrou em contato com a água da chuva.
O caso foi registrado na Polícia Civil como lesão corporal e é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Outros dois alunos também foram atingidos, um deles no olho.
Após uma semana do fato, Nathália diz estar mais “calma” e já pensa na possibilidade de voltar à faculdade. “Eu estou analisando seriamente se vou começar a estudar de novo, já que a instituição não foi culpada pelo que aconteceu e, inclusive, a diretoria tem arcado com os custos dos meus remédios. Mas ainda estou um pouco abalada e, por isso, pretendo tomar uma decisão depois do carnaval. Enquanto isso, estou cuidando dos meus machucados e aguardando as investigações”, afirma.
De acordo com a tia da jovem, Sueli Aparecida Dias, as fotos também foram enviadas para ela. “Nas imagens é possível ver o rosto de alguns jovens que participaram do trote e também as roupas rasgadas, além de pessoas consumindo bebida alcoólica, com tinta nos rostos e braços. Acho que todas as fotos poderão ajudar a polícia”, conta.
As investigações seguem em andamento pela Polícia Civil. Conforme a delegada Patrícia Tranche Vasquez, o número de vítimas aumentou para cinco, porém os nomes dos possíveis agressores ainda não foram divulgados para “não cometer injustiças”
Inquérito
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Calouro alvo de trote pode ficar cego (Foto: Reprodução/Fantástico) |
O Ministério Público também realiza uma apuração sobre o caso. Após a instauração do inquérito, foram solicitadas à direção da FAI informações sobre a existência, neste e em anos anteriores, de iniciativas para impedir a prática de trote aos novos alunos, indicando quais são elas; se os supostos agressores foram identificados e, em caso positivo, se houve a instauração de sindicância interna para apuração dos fatos e quais medidas foram tomadas pela faculdade em relação ao cumprimento da Lei Estadual 11.365, que instituiu a “Campanha para o Trote Solidário”.
Durante coletiva, o diretor feral da FAI, Márcio Cardim, afirmou que os responsáveis pelo ato serão expulsos da faculdade e responderão criminalmente à Justiça.
"A FAI tem disponibilizado para a polícia todas as fotos, vídeos e documentos dos envolvidos no trote. Foi um fato lamentável e precisamos punir os responsáveis para que sirva como exemplo e não aconteça mais”, ressaltou.
Conforme Cardim, a FAI desenvolve programas de conscientização ao longo do ano: “Nós temos 4.500 alunos dentro da instituição, não podemos responsabilizar todos por causa de um vândalo”.
Mais atingidos
A segunda estudante que declarou ser atingida foi Bruna Massuia Soares, de 23 anos, ue sofreu queimaduras leves. A aluna contou ter visto quando um rapaz de camiseta branca atirou a substância. "Ele tinha pele clara e estava com um vidrinho, semelhante a um medicamento. Era uma substância escura", contou, em entrevista ao SPTV 2ª Edição.
No mesmo dia, um jovem de Tupã (SP) que também estava no trote teve ferimentos nos olhos após ser atingido por um líquido, aparentemente creolina com um tipo de ácido.
O problema do estudante foi identificado nesta quarta-feira (4), após consulta médica. Ainda segundo a mãe, médicos disseram que uma das córneas foi atingida. A substância pode ser a mesma que queimou as pernas da estudantes.
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DO G1 DE PRESIDENTE PRUDENTE
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