terça-feira, 22 de novembro de 2016

Polícia faz operação contra advogados suspeitos de elo com facção

Investigações começaram em maio de 2015. No Oeste Paulista, prisões ocorrem em quatro cidades.
Presos foram encaminhados à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) (Foto: Valmir Custódio/G1)

A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPE), através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), realizam na manhã desta terça-feira (22) a Operação Ethos, para cumprir mandados de prisão contra advogados suspeitos de envolvimento com uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios do Estado de São Paulo. No Oeste Paulista, as ações ocorrem em Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Pirapozinho e Estrela do Norte. Até as 8h, a polícia confirmou que cumpria nove mandados – seis pessoas foram presas.
Operação teve início às 6h desta terça-feira (22)
(Foto: Valmir Custódio/G1)

A operação teve início às 6h. Até as 8h, os presos eram seis advogados, sendo cinco em Presidente Prudente , e outro suspeito em Presidente Venceslau. Na casa dos detidos, os agentes apreenderam documentos, notebooks e celulares, que serão periciados. 

O inquérito policial sobre o caso foi instaurado em maio de 2015 para apurar crimes de organizações criminosas, lavagem de dinheiro, associação para fins de lavagem, exploração de prestígio e corrupção ativa. 

As investigações começaram após informações reveladas através de uma carta que foi interceptada por agentes da Penitenciária “Maurício Henrique Guimarães Pereira”, a P2 de Presidente Venceslau, no dia 11 de maio de 2015, durante procedimento de varredura de rotina realizado no telhado sobre os raios 3 e 4 da unidade.
Notebooks e documentos foram apreendidos
(Foto: Valmir Custódio/G1)

Conforme a Polícia Civil, os envolvidos nos crimes tinham uma célula denominada “sintonia dos gravatas” – modo como é tratado o departamento jurídico da facção criminosa – criada inicialmente para prestação de serviços exclusivamente jurídicos aos líderes da “sintonia final geral” ou “conselho deliberativo”, que são os chefes da organização ilícita. Esses advogados evoluíram da licitude para a ilicitude, porque se percebeu a capacidade de infiltração dessa célula, sempre blindada pelo sigilo constitucional do advogado. 

Atualmente essa célula simulava visitas jurídicas aos líderes presos, fazendo elo de comunicação de atividades criminosas entre os presos e aqueles que estão em liberdade, em “verdadeiras relações de promiscuidade”, segundo a Polícia Civil. 

Ainda foi constatado durante as investigações que advogados, por meio de pagamento de propina a pessoas envolvidas em órgãos do Estado, visavam concretizar o objetivo da facção criminosa, que seria o financiamento e controle de agentes públicos e colaboradores, característica primordial da definição de crime organizado. 

Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanharam as buscas nas residências e as prisões dos suspeitos. 

A ação, realizada no Estado, conta com 159 delegados, 459 policiais civis, 65 promotores e 167 viaturas.

Investigações 

As investigações apontam o envolvimento de 40 advogados sob controle de presos vinculados à facção criminosa. Segundo uma nota conjunta da Polícia Civil e do MPE, foram identificadas 55 pessoas, das quais 41 estavam em liberdade e contribuíam para a prática criminosa vinculada à organização, motivo das prisões realizadas. 

 Os outros 14 componentes da organização são presos que estão no sistema penitenciário paulista, considerados pelos demais líderes da facção.

DO G1 DE PRES PRUDENTE
Policiais civis vistoriaram a casa dos envolvidos (Foto: Valmir Custódio/G1

Operação é realizada em todo o Estado de São Paulo (Foto: Bruna Bachega/TV Fronteira)

Operação começou às 6h desta terça-feira (22) (Foto: Valmir Custódio/G1)

Suspeitos devem ser ouvidos na tarde desta terça-feira (22) (Foto: Valmir Custódio/G1

Operação é entre a Polícia Civil e o MPE (Foto: Valmir Custódio/G1)

Representantes da OAB e delegados acompanharam os envolvidos (Foto: Bruna Bachega/TV Fronteira)

Objetos apreendidos serão periciados (Foto: Valmir Custódio/G1)

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