PM foi acionada, pois indivíduo estaria 'causando confusão'. Ele entrou em sua casa e pegou a arma falsa; agente reagiu e atirou duas vezes.
Um policial militar matou um rapaz, de 22 anos, no início da noite deste domingo (3), na zona rural de Primavera, distrito de Rosana. O caso foi registrado como homicídio simples – morte decorrente de intervenção policial –, com excludente de ilicitude (quando a pessoa age em legítima defesa).
Segundo a Polícia Civil, policiais militares foram até a residência da vítima duas vezes. Na primeira, eles foram informados – por volta das 18h20 – de que um indivíduo estaria “causando desentendimento com a vizinhança, agindo sob efeito de álcool e droga”.
Ao chegar na casa do rapaz, que morava com o pai, os PMs foram recebidos pelo suspeito, que, de forma tranquila, entregou seus documentos e não demonstrou qualquer tipo de alteração.
Mais tarde, por volta das 19h30, os policiais receberam uma nova chamada para voltar à casa do indivíduo, acompanhados dos bombeiros. A informação era de que o rapaz estaria agindo de forma agressiva.
Ao desembarcarem visualizaram o rapaz vestindo apenas uma bermuda, agachado no portão de entrada do imóvel. Ao questionarem o motivo de estar agressivo e se o pai dele estava presente, os policiais notaram que o indivíduo estava com um sangramento em um dos braços e que havia uma caneca metálica com marcas de sangue sobre as lajotas que estavam na calçada.
Ao desembarcarem visualizaram o rapaz vestindo apenas uma bermuda, agachado no portão de entrada do imóvel. Ao questionarem o motivo de estar agressivo e se o pai dele estava presente, os policiais notaram que o indivíduo estava com um sangramento em um dos braços e que havia uma caneca metálica com marcas de sangue sobre as lajotas que estavam na calçada.
Na ocasião, o rapaz teria dito: “Vocês aqui, de novo?” e se levantou em direção ao interior da casa.
"Agressivo e transtornado"
Posteriormente, os militares viram que ele carregava um objeto nas mãos e decidiram acompanhá-lo no ingresso à residência, mas quando ele acessou a sala de entrada, o rapaz fechou a porta.
Os policiais optaram por empurrar a porta e entrar no imóvel e, “para a surpresa” dos PMs, o rapaz “saiu do interior do quarto empunhando, na visão do policial militar que disparou, uma arma de fogo apontada”.
Imediatamente, o policial efetuou dois disparos sequenciais que atingiram o rapaz na região do tórax, o qual caiu ao solo e permaneceu de decúbito ventral (deitado, de barriga para baixo). No momento, a arma que ele portava caiu próximo de uma estante da sala.
O rapaz permaneceu com alguns movimentos no solo e os policiais mantiveram-se com as armas apontadas, “por motivos de segurança, acreditando que ele tentasse recuperar a arma caída”.
Após algum tempo, os bombeiros entraram no local e o socorreram. Neste momento, os militares se aproximaram da arma que estava no solo e constataram que se tratava de um simulacro de arma de fogo confeccionado de metal e fita isolante.
A equipe do Corpo de Bombeiros levou o rapaz até o hospital, mas depois foi informada do óbito.
A Polícia Civil esteve na casa da vítima, que “encontrava-se com móveis danificados e em total desordem, compatível com os relatos colhidos de que a vítima estaria agressiva e transtornada”.
O pai do rapaz diz nunca ter visto a falsa arma na casa.
“Verifica-se, dessa forma, que o policial militar fez uso moderado dos meios necessários [dois disparos] para repelir a injusta agressão iminente [arma apontada em direção ao PM], visando preservar sua própria vida, não sendo razoável exigir-lhe, nessa circunstância, atitude diversa”, cita o boletim de ocorrência.
Diante disso, foi reconhecida a incidência da legítima defesa.
O PM foi ouvido e liberado, mas sua arma foi apreendida. O caso segue sendo investigado.
G1
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